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NOESIS NOS MEDIA
22 maio 2020

O “novo” normal será mais digital, seguramente in Computer World


Como está a vossa capacidade na entrega e implementação de soluções e produtos? 

Na Noesis, o trabalho remoto e o desenvolvimento de projetos e soluções de forma não presencial nas instalações dos nossos clientes já eram uma realidade anterior a este período de confinamento provocado pelo Covid-19. Muitos dos nossos projetos, nomeadamente nas áreas de desenvolvimento de aplicações OutSystems, serviços de Quality Management e testes, projetos de Data Analytics e Business Intelligence ou desenvolvimento de software, entre outros, são habitualmente desenvolvidos pelas nossas equipas e centros de competências em regime de nearshore ou offshore, não só para o mercado português, mas também para os mercados internacionais onde estamos presentes, como a Holanda ou os Estados Unidos, por exemplo.

Neste sentido, o impacto desta situação na nossa capacidade de entrega não foi significativo. Sentimos, isso sim, o impacto natural de todo o abrandamento geral da economia, que originou também algum atraso ou suspensão de projetos com arranque previsto. Noutras áreas de serviço, nomeadamente, nas nossas áreas de Professional Services ou em alguns serviços de Infraestruturas, tradicionalmente prestados onsite nos clientes, foi necessária uma adaptação rápida e a implementação de um plano que permitisse a movimentação dessas equipas das instalações dos clientes, para as suas casas, com o menor impacto possível na continuidade da prestação desses serviços. Este plano foi plenamente conseguido e continuamos a operar, de forma remota, e a entregar com a mesma qualidade que sempre nos caraterizou.  

Quais os produtos ou soluções que as empresas mais estão a adquirir?

A oferta da Noesis é bastante transversal na área de IT e operamos em áreas complementares que vão desde as Infraestruturas ao Software, passando pela Qualidade e pelas Pessoas. Naturalmente que esta situação originou algum abrandamento em algumas áreas, mas na grande maioria dos casos, temos conseguido responder às necessidades do mercado e das empresas neste contexto específico. Se pensarmos, por exemplo, em áreas onde a Noesis é muito forte, como a Cibersegurança, Remote Workspace, low-code ou data analytics & AI, sustentadas em parcerias de referência com Darktrace, Microsoft, OutSystems ou Qlik, respetivamente, é fácil concluir que estamos muito bem posicionados para dar soluções aos nossos clientes, neste período de crise que coloca estas áreas entre as mais procuradas no mercado.

Todos os temas de Cibersegurança estão na ordem do dia, com o crescimento do número de ataques e ameaças provocados pelo aumento exponencial do trabalho remoto. Vemos também um conjunto de novas tendências: as organizações procuram potenciar a produtividade nesta conjuntura de colaboração à distância, pretendem desenvolver e implementar novos sistemas e aplicações de forma rápida e ágil, e colocam os temas relacionados com o crescimento exponencial dos dados disponíveis (provocado pelo aumento do tráfego nos canais digitais), na sua lista de prioridades. Foram estas as áreas que identificámos como sendo as mais ativas neste período, e para os quais asseguramos uma oferta de soluções e serviços especializada. 

Na assistência e apoio técnico às solicitações cresceram? Tiveram de fazer algum tipo de ação especial para dar suporte aos pedidos nesta fase?

Sim, as solicitações aumentaram, na nossa área de Infraestruturas onde prestamos serviços de suporte aos nossos clientes, especialmente nos primeiros dias de confinamento. Estivemos lado a lado com os nossos clientes, desde a primeira hora, na resposta aos desafios originados pelo movimento massivo para o teletrabalho. Os nossos clientes na área de Infraestructure Solutions são maioritariamente grandes empresas e algumas das maiores organizações que operam no nosso mercado, como tal, foi necessário apoiá-los na adequação das suas infraestruturas tecnológicas, para suportar esta migração em grande escala. Foi essencial parametrizar toda essa infraestrutura, customizar questões de segurança, adequar procedimentos, garantindo a continuidade do negócio, com a menor disrupção possível.

Como foram os primeiros dias?

Os primeiros dias foram de natural adaptação a estes novos tempos e bastante desafiantes para todas as nossas equipas, e também para a gestão de primeira linha da organização. Para começar, nas equipas de projeto, apesar da cultura de trabalho remoto já existente e do regime de desenvolvimento nearshore com os nossos clientes, o facto é que esses projetos eram maioritariamente desenvolvidos nos nossos centros de competências, onde as equipas se encontravam juntas e num mesmo espaço físico. Foi necessária uma grande movimentação das nossas pessoas (hoje somos perto de 900 colaboradores) e grande mobilização de todas as nossas áreas de Suporte – IT, RH, etc. – para que tudo decorresse com a maior normalidade e com a menor perturbação possível, o que foi plenamente conseguido. Numa fase em que se perspetiva o início gradual de um período de desconfinamento, é também tempo de reconhecer e agradecer o enorme esforço, dedicação e profissionalismo com que todos os nossos talentos enfrentaram e superaram este desafio.

Também as nossas áreas de Sales e Marketing encararam novos desafios: por um lado, a necessidade de continuar a garantir uma grande proximidade com os nossos clientes e mantermo-nosdisponíveis para os apoiar em todas as suas necessidades e dificuldades, por outro, continuar a demonstrar a relevância das nossas ofertas e soluções para as organizações, neste período, sem esquecer ainda todo o esforço de comunicação interna necessário para que todos os nossos colaboradores permaneçam devidamente informados e tranquilos.

Para terminar, o desafio da gestão, com a inevitável revisão do plano previsto para 2020 e a constante monitorização do impacto da pandemia. Estamos a trabalhar na definição de medidas e ações a tomar, no imediato e a médio-prazo, para minimizar o impacto do abrandamento da economia na atividade da empresa, bem como nos planos de contingência traçados para diferentes cenários futuros, numa altura em que prever a evolução desta situação é uma missão quase impossível. 

Como olha para o mercado quando tudo isto voltar ao “normal” ou não volta mais a ser normal? 

Na Noesis mantemos uma perspetiva otimista. Sabemos que o impacto desta situação na economia será muito significativo, como todos os estudos e previsões de diversos organismos apontam, mas sabemos também que operamos num setor robusto, em crescimento ativo no período “pré-covid-19”. A nossa expetativa é que a situação retome gradualmente a “normalidade”. Apesar de tudo, já vários autores se referiram ao Covid-19 como um agente acelerador da transformação digital nas organizações, que iniciaram e aceleraram a digitalização do seu negócio e processos, como consequência desta mudança repentina.

O “novo” normal será mais digital, seguramente, nos hábitos de consumo, nas formas de trabalho e nos processos organizacionais. A tecnologia continuará a desempenhar um papel fundamental e, da nossa parte, continuaremos a apostar numa oferta diversificada, a inovar nas nossas soluções que apresentamos ao mercado e a sermos um aliado dos nossos clientes na sua jornada de transformação digital.

*Artigo publicado em Computerworld.

Noesis CEO, Alexandre Rosa, Covid, Covid Impact