No dia 27 de novembro, a Noesis organizou uma roundtable em Roterdão dedicada ao futuro dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance), com foco no papel das áreas de Procurement e Compras na integração da sustentabilidade nos processos estratégicos e operacionais. A sessão reuniu líderes de várias indústrias para explorar como os dados, a Inteligência Artificial (IA) e o Process Mining estão a redefinir o desempenho ESG, permitindo equilibrar objetivos de sustentabilidade com eficiência de custos e eficácia operacional.
A discussão iniciou-se com uma análise ao enquadramento regulatório emergente, incluindo os requisitos da CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) e a crescente necessidade de monitorizar com rigor as emissões de Scope 3 — aquelas associadas à cadeia de valor, fora do controlo direto da organização. Este enquadramento serviu de base para abordar a evolução das funções de Procurement, que passaram de um foco tradicional na redução de custos para um papel estratégico na criação de valor sustentável. O acesso a dados ESG em tempo real, insights potenciados por IA e capacidades de Process Mining estão a permitir às organizações identificar ineficiências, mapear fontes de carbono ao longo da cadeia de valor e aplicar critérios de sustentabilidade diretamente na avaliação e seleção de fornecedores.
Uma demonstração prática mostrou como as empresas podem obter visibilidade detalhada sobre métricas ESG ao nível dos fornecedores, automatizar processos de reporting e recorrer a modelos de cenarização para avaliar compromissos entre custos e impacto ambiental. Os participantes observaram ainda como o Process Mining transforma dados operacionais em inteligência acionável, ajudando a priorizar iniciativas ESG e a incorporar objetivos de sustentabilidade nas atividades diárias de Procurement e Sourcing. Esta abordagem integrada não só apoia o cumprimento das regulamentações, como também reforça a medição fiável das métricas ESG e a sua integração ao longo de toda a cadeia de valor, promovendo transparência e fortalecendo estratégias de sustentabilidade a longo prazo.
A sessão terminou com uma reflexão sobre os passos práticos que as organizações podem adotar para aprofundar a sua maturidade ESG. Ficou claro que integrar objetivos ESG nas operações do dia a dia, reduzir a pegada de CO₂ através de decisões de compra informadas e tirar partido da tecnologia para gerar insights em tempo real são elementos-chave para orientar decisões estratégicas e promover melhoria contínua. No final, a mesa-redonda evidenciou a crescente tendência para transformar informação ESG em resultados mensuráveis e orientados por processos, capazes de impulsionar inovação, resiliência operacional e crescimento sustentável.
