Por Teresa Lopes Gândara, Human Capital Director na Noesis
A pandemia de COVI D-19 trouxe muitas mudanças às organizações e os processos de recrutamento não foram alheios a estas alterações. Os métodos passaram a ser digitais e muitos deles vão manter-se no futuro, mas o fator humano continua a ser essencial.
O mercado de trabalho nas TI sempre foi muito dinâmico em virtude da escassez de profissionais que se verifica não só em Portugal, mas também no mundo. Esta leva a uma grande concorrência entre empresas e a um mercado «liderado pelo candidato», diz Victor Pessanha, head of Hays Experts. O responsável da empresa de gestão de talento refere que no atual contexto há «uma certa instabilidade no mercado, contudo, essa realidade não se verifica, por enquanto, na área de TI. Isto porque «temas como a transformação digital, que eram importantes para as organizações antes da COVID-19, são agora ainda mais relevantes agora». Além disso, o teletrabalho traz «desafios de TI cada vez mais exigentes, e por consequência, uma procura por profissionais altamente qualificados».
Processos passam a ser digitais
Entre os exemplos de empresas nacionais (ou que têm operação em Portugal) que continuaram a recrutar estão a OutSystems, a Natixis (ambas contrataram oitenta profissionais), a Noesis, que contratou setenta colaboradores, ou a Glintt que reconhece que «abrandou um pouco a contratação para perceber como iria reagir o mercado a esta crise», mas que recrutou 25 colaboradores, como revela Inês Viana Pinto, HR business partner da empresa. Estas organizações tiveram de se adaptar à nova realidade e ao "novo normal" e modificar os seus processos, quer de recrutamento, quer de onboarding, e digitalizam os seus processos.
Recrutamento online vai continuar
Teresa Lopes Gândara, Human Capital Director na Noesis, salienta que fazer contratações de forma online passou «a ser a prática de mercado», que «a flexibilidade passou a ser a nova normalidade» e que «os modelos mistos de colaboração ficarão para o futuro, com todas as vantagens que daí decorrem quer para a empresa quer para os colaboradores». Pode ser por esta razão que todos as empresas com que a businesslT falou são unânimes a indicar que vão manter processos digitais, até porque tal permite «recrutar e integrar pessoas praticamente a partir de qualquer lugar», diz Alexandra Monteiro.
Importância da cultura da empresa
Já Teresa Lopes Gândara, Human Capital Director da Noesis, refere que o que mudou, essencialmente, foi a forma como se desempenham as actividades que «passaram do presencial para o remoto», mas que os processos são os mesmos. Além disso, a empresa apostou «no reforço da comunicação, em actividades participativas dos colaboradores, quer lúdicas, quer de caracter técnico» para «garantir proximidade apesar da distância».
Contratações prosseguem
A Noesis tem «previsão para manter o recrutamento nos próximos meses» e até acelerar como revela Teresa Lopes Gândara: «Esperamos mesmo recuperar algum abrandamento a que nos fomos impondo durante este período».
*Artigo publicado em Business.IT